Por que precisamos pensar na profissionalização na Arquitetura Cenográfica?

Acredito que esse é o dilema da contemporaneidade, que tipos de habilidades buscamos hoje?

Quais impactos esse dilema exerce sobre as metodologias aplicadas nas instituições de ensino e qual a relevância da informação passada, já que a mesma está à disposição de todos? Em formas e canais variados?

Precisamos nos preparar para adaptações e sistematizações de ensino das áreas que exercemos e, se antes estávamos na busca de profissionais para absorção nas nossas empresas e no nosso mercado, agora, mais do que nunca, além de precisarmos entender que profissional será esse, é necessário também prepará-lo. Como construí-lo?

Somos responsáveis por essa construção.

Essa dualidade entre o profissional especialista e o profissional híbrido nos impacta diretamente, já que exigimos e necessitamos para nossos resultados “especialistas”, mas contratamos profissionais polivalentes para assumirem, muitas vezes, papéis que não lhes cabem, desencadeando desempenhos superficiais, improvisados e amadores.

Infelizmente, há uma confusão entre o perfil de um profissional com curiosidade, boa vontade e necessidades financeiras, com um profissional híbrido.

Para muitos especialistas, as habilidades ideais para o profissional contemporâneo são:

- O pensamento crítico;
- Boa comunicação;
- Colaboração;
- Criatividade.

Porém, ainda defendo que a habilidade técnica não pode ser descartada e nem minimizada.

Então, efetivamente no que deveríamos nos concentrar para desenvolver profissionais híbridos-técnicos e que desejam iniciar uma jornada de atuação na arquitetura cenográfica? Essa é a grande questão.

O que enxergo como um caminho para nossa área é fazer uma análise dos profissionais atuantes, do tempo de atuação, o preparo técnico e principalmente a capacidade de adaptação nesse mercado. Identificar as habilidades desses profissionais, classificar o nível de especialização e junto a esses grupos, construir um comitê educacional para ampliar conhecimentos em outras áreas.

Mas, acima de tudo, combinar, elencar as atividades técnicas determinantes, expandi-las através de processos e métodos e utilizar as comunidades ativas que permeiam o setor, por meio das entidades, para implementá-las.

Incrementar a representação do nosso setor e desenvolver estratégias para se reinventar também é imprescindível, pois à medida que o ritmo da mudança expande, aumenta-se também a dúvida de que habilidades iremos precisar no futuro, e se tornar um técnico-híbrido é determinante para perpetuarmos nossa atuação.

Além disso, reforçar o potencial das equipes através do reconhecimento de suas habilidades, intensifica a autoconfiança, gera autonomia nos processos de decisão, engaja e aumenta exponencialmente o índice de assertividade na solução de problemas.

Com a possibilidade de utilizar e usufruir das entidades para embasar a construção do respaldo técnico, para difundir e certificar, a atuação da arquitetura cenográfica na área de eventos se torna ainda mais fortalecida, saudável e em constante desenvolvimento.

E, como citado anteriormente em nosso último artigo, um mercado com grandes oportunidades.

Ao escrever esse artigo, me dividi entre falar da profissão ou da educação, não sei se existe uma divisão entre uma coisa e outra. Mas sei que como profissional atuante, tenho a consciência de que quanto mais eu compartilho conhecimento, mais eu aprendo também.

Aliás, sou obrigatoriamente, uma educadora e me sinto responsável pelo mercado no qual faço parte.

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